Porque Roseana será novamente derrotada II

20/05/2009 18:40

Na semana passada fizemos aqui um balanço dos primeiros dias de Roseana Sarney como governadora biônica. Destacamos a combinação de fatores negativos que marcou suas ações iniciais, com ênfase para a escolha do seu secretariado, em que predominou a indicação de políticos com mandatos, fato visto como um complicador a mais para o seu projeto de 2010. Hoje qualquer análise acerca das reais chances de Roseana eleger-se ano que vem, remete inevitavelmente às circunstâncias em que se apossou do poder. Sem a legitimidade que só a maioria do eleitorado poderia lhe outorgar, carrega o estigma de haver se insurgido contra a vontade do povo. E a história não reserva bom destino para quem contraria a vontade popular. Nem mesmo o poder de fogo do seu “Sistema Mentira” conseguiu convencer o povo de que o processo movido no TSE contra o ex-governador Jackson Lago não passou de armação. Por outro lado, a briga feia que comprou com os prefeitos logo que assumiu, confiscando-lhes recursos de convênios celebrados com o governo passado, só serviu para realçar mais ainda sua carimbada imagem de prepotente e autoritária. Um eventual recuo agora não teria o condão de reverter os danos sofridos. A tragédia das enchentes que se seguiu a tomada do poder e que, em tese, poderia ser um bom momento para Roseana exercitar sua habitual demagogia, acabou surtindo efeito contrário. Não se conhece dela um gesto concreto no sentido de minimizar o drama vivido pelas vítimas das cheias. O Jornal Nacional do último sábado mostrou que em Trizidela do Vale, por exemplo, as pessoas não estão recebendo alimentos e o hospital local disponibiliza apenas 20 leitos para atender a população. Há apenas um pediatra para atender as crianças. A frustrada tentativa de arrancar 1 bilhão do governo federal sem qualquer planejamento ou projeto consistente, acabou deixando forte cheiro de maracutaia no ar.
Os ataques diários ao governo Jackson Lago, mesmo depois da tomada do poder, só servem para demonstrar claramente o medo da oligarquia de encarar as urnas ano que vem. Roseana chega assim aos primeiros 30 dias de um governo anêmico, apático, e até aqui a única medida impactante foi o confisco dos recursos dos municípios. Para os bons observadores a filhinha mimada do Sarney já iniciou sua caminhada a passos largos para ampliar a derrota sofrida em 2006.
J. Canavieira, jcanavieira@hotmail.com)

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