Pra quem não sabe quem é Carlos Ayres Britto

22/05/2009 18:18

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Carlos Ayres Britto, tem enfrentado dias turbulentos. Desde que assumiu o posto, ele se envolveu em embates polêmicos, como a proposta de divulgação do nome dos candidatos fichas-sujas e a inusitada restrição ao uso da internet como instrumento de propaganda política. Jurista com vasta experiência profissional e prolífica produção acadêmica, Ayres Britto foi nomeado ministro do Supremo Tribunal Federal há cinco anos, por indicação do presidente Lula. Ex-militante petista em Sergipe, ele era uma espécie de cicerone do então sindicalista Lula sempre que este visitava Aracaju. Carlinhos, como era conhecido, tinha a tarefa de buscar Lula no aeroporto e conduzi-lo para cima e para baixo o advogado era o único petista que tinha carro com ar-condicionado. Dessas caronas ocasionais, nasceu a amizade entre os dois. Cabe a Ayres Britto, agora, zelar para que as eleições municipais transcorram dentro da mais serena normalidade democrática.

Britto teve sua experiência pessoal com as urnas na década de 1980. Ele foi candidato a deputado federal em Sergipe pelo PT, legenda que ajudou a fundar. Teve 23 mil votos, uma expressiva votação, mas o partido não conseguiu o número de votos suficiente para colocá-lo na Câmara dos Deputados. Ayres Britto era um dos militantes sergipanos próximos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Quando Lula ainda corria o país como candidato, gostava de ser recebido por ele no aeroporto de Aracaju. Dizem os amigos que o carro de Ayres Britto era o único do partido com ar-condicionado em todo o Estado. Como presidente da República, Lula indicou Ayres Britto para ministro do Supremo em 2003, numa lista de três nomes para ocupar a vaga deixada por Ilmar Galvão, que se aposentara. “O Lula nem deve lembrar quando eu o buscava no aeroporto”, diz o ministro. Ayres Britto fica visivelmente desconfiado e desconcertado quando um jornalista toca no assunto. “Ele tem receio de que usem sua militância política para tirar sua autoridade em algumas decisões a favor ou contra o partido e o governo. É um ponto fraco em sua trajetória, usado por maldosos”, afirma um político conterrâneo.

Assim que o assunto acaba, Ayres Britto volta a ter o semblante tranqüilo, uma de suas características mais marcantes, cultivada com sessões diárias de meditação.

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